"O Rei mais nobre de todos os reis é aquele que é capaz de se dominar". - Sidartha Gautama (Buda) Na década de 70, a cultura ocidental valorizava o homem pelo seu QI (quociente de inteligência); por isso, o grande físico Albert Einstein (até hoje) é um modelo de inteligência humana. Mas, na década de 80, Daniel Goleman, psicólogo norte-americano, introduziu o conceito de QE (quociente emocional) dizendo que não bastava ao ser humano ter um QI alto, privilegiado, se não sabia se relacionar, lidar com o seu emocional; enfim, se não tinha uma competência interpessoal, habilidade no trato com as pessoas. Portanto, para Goleman, não bastava você ser um gênio, ter um QI (quociente de inteligência) elevado, se você apresenta um QE(quociente emocional) baixo, tendo assim, dificuldades de interagir em grupo, com reduzido espírito de equipe. A partir da década de 90, começou-se a falar em QE (quociente espiritual) - valores como solidariedade, cooperação, responsabilidade social, consciência coletiva, ecológica, preservação do meio ambiente, do planeta, passaram a ser mais valorizados, contrapondo ao egoísmo, individualismo, vaidade excessiva, ganância desmedida, intolerância, desrespeito.
No entanto, na atualidade, muitas pessoas valorizam apenas o intelecto, o desenvolvimento intelectual, e também do corpo, preocupando-se em malhar, ir a uma academia, correr, fazer musculação, mas negligenciam em cuidar de seu ser integral: mente, corpo e do espírito.
Resultado: Dificuldade em lidar com às perdas afetivas, com as dores emocionais e espirituais, com as frustrações do dia a dia. Com isso, o grande desafio do ser humano, é como conseguir equilíbrio, paz interior num mundo conturbado, competitivo, como o nosso? A meu ver, a resposta está no desenvolvimento espiritual. Digo sempre aos meus pacientes e alunos do curso de formação de terapeutas em TRE, que é relativamente fácil desenvolver o intelecto, pois o meio acadêmico nos proporciona isso, através dos estudos, das faculdades, cursos de especialização, pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado, etc.
Você vê também homens sarados, que frequentam assiduamente academias, com os músculos bem desenvolvidos, avantajados. Obviamente, é muito importante cuidar de nosso corpo físico.
Mas, como ficam o desenvolvimento espiritual, a fé e a sabedoria humana? No meu consultório, o que mais aparecem, são pacientes perturbados, angustiados, depressivos, amargos, raivosos, frustrados, infelizes, perdidos, por não conseguirem lidar com as adversidades da vida. Seguramente, aqueles que têm fé (em si, na vida e no Ser Supremo), certamente conseguem superar com mais facilidade as provações desse mundo terreno.
Mas a fé que estou falando, não é aquela que muitos dizem ter, quando tudo vai bem em suas vidas. Estou me referindo à fé que a pessoa mantém, mesmo nos momentos de crises, nos momentos mais dolorosos de sua vida, como a perda de um ente querido, doença grave, divórcio, desemprego, caminhos fechados, etc. Ter uma fé inabalável feito rocha, onde nada atinge uma pessoa, é para poucos. Eu me curvo diante dessas pessoas, eu os reverencio, pois, essa fé é uma conquista interna, um trabalho interior, onde muitos a conseguiram de outras encarnações.
A TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual, abordagem psicológica e espiritual breve, sistematizada por mim em 2006, é, sobretudo, um ato de fé e de humildade, pois o processo de autoconhecimento e cura é feito de três passos:
1º) Humildade;
2º) Não ter vergonha do que vai se descobrir nas sessões de regressão, pois como seres espirituais em evolução, certamente cometemos muitos erros no passado, em especial, em nossas vidas passadas, que hoje consideraríamos como atos atrozes, bárbaros;
3º) Coragem. O grande mestre Jesus, profundo conhecedor da alma humana, dizia: "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus". (Mat., V, 1-3)
Cristo estava se referindo à expressão "pobres de espírito" àqueles que não são orgulhosos de espírito, ou seja, os humildes. Neste aspecto, o orgulho constitui o maior obstáculo para aqueles que querem se aproximar de Deus e se conhecer melhor.
Nesta terapia, o paciente precisa ter coragem para se despojar de seu orgulho. Por isso, para que o paciente obtenha um resultado satisfatório, nesta terapia, é preciso que ele tenha também fé, humildade e um mínimo de QE (quociente espiritual), ou seja, esclarecimentos sobre os fundamentos da espiritualidade (plano espiritual, programa reencarnatório, seres desencarnados de luz, os mentores espirituais, e das trevas, os obsessores espirituais, leis universais do retorno ou do carma, do esquecimento, da atração ou da afinidade, etc.) Pacientes céticos, incrédulos, cartesianos, que não têm o hábito da prece, que não tem fé ou possuem uma fé pífia, desinformados, sem o mínimo de esclarecimento acerca da espiritualidade, não estão preparados para passarem por essa terapia, comunicarem-se com o seu mentor espiritual para saberem a causa de seu (s) problema (s), sua resolução, bem como as aprendizagens necessárias e indispensáveis à sua evolução, aprimoramento espiritual, ou seja, o seu desenvolvimento espiritual, o seu QE (quociente espiritual).
Portanto, na TRE, não basta o paciente ter um bom QI (quociente de inteligência), se o seu QE (quociente emocional e espiritual) é baixo. Não por acaso, muitos mentores espirituais dos pacientes sugerem no final do tratamento que eles estudem mais, se esclareçam acerca da espiritualidade para que possam entender melhor o que foi passado, nesta terapia. Caso Clínico: Por que sofro tanto, quando me envolvo afetivamente?
Mulher de 25 anos, solteira. Ela veio ao meu consultório, querendo entender por que sofreu tantas decepções ao se envolver com os homens. Nos cinco namoros, eles a traíram, não a valorizaram. Sempre se preocupou muito com sua vida amorosa, pois queria encontrar um companheiro para constituir uma família.
Queria entender por que ainda não conseguia se desvincular de seu último namorado. Além do problema afetivo, queria saber também qual era a sua verdadeira vocação, seu caminho profissional. Por último, tinha dificuldade de se relacionar com o padrasto, queria entender por que não gostava dele, apesar do mesmo nunca ter feito nada para ela. Ao regredir, a paciente me relatou: - Vejo uma senhora idosa, está morrendo por ter problemas cardíacos. Ela está deitada na cama, seus olhos são bem azuis, cabelos grisalhos, amarrados num cóqui, ela é bem magrinha. Ela sente dores no peito... É uma época antiga, sua casa é pequena, simples. Essa senhora está sozinha, a casa dela é bem isolada, reside numa zona rural. (pausa).
Ela morreu... Foi para o plano espiritual de luz, encontra vários seres espirituais amigos. O local é muito claro. Os seres gostam muito dela, cumprimentam-na. Ela se sente muito feliz, acolhida nesse plano espiritual.
Há muitos seres em volta dela. Terapeuta: - Quem é essa senhora?
Paciente: - Acho que sou eu, nessa vida passada, pelo seu jeito de ser, de se comportar, de sofrer. Eu me identifico com ela, embora fisicamente, não me pareça com ela, pois ela é muito bonita e alta. Terapeuta: - Veja se o seu mentor espiritual está presente nessa plano espiritual de luz?
Paciente: - Na verdade, não é mentor espiritual, é uma mentora espiritual. Vejo que suas mãos são delicadas, ela as estende para mim. Pede para ficar calma, que vai ficar tudo bem, para não me preocupar. Fala que nessa existência passada, sofri muito, porque era muito dependente das pessoas. Terapeuta: - Mas o que aconteceu para você morrer sozinha, nessa vida passada?
Paciente: - Ela diz que eu sufocava as pessoas, queria que as coisas fossem do meu jeito. Eu era muito manipuladora, não deixava os meus entes queridos viverem por si. Eles se libertaram de mim mais tarde. Terapeuta: - Pergunte à sua mentora espiritual por que ela lhe mostrou essa cena de sua vida passada?
Paciente: - Diz que foi para eu aprender a deixar as pessoas serem o que são, pois, nessa vida passada, sufoquei os meus filhos, não os deixava viver, sempre querendo controlá-los. Por isso, eles me abandonaram, foram embora.
Afirma, que se eu repetir o que fiz nessa vida passada, vai acontecer a mesma coisa na vida atual com os meus familiares. Fala que, às vezes, é necessário o afastamento dos entes queridos em nossas vidas para que todos possam evoluir, crescer. Portanto, faz parte sofrer um pouco com o afastamento da família, pois precisamos aprender o desapego.
Terapeuta: - Pergunte à sua mentora espiritual qual o seu verdadeiro caminho profissional?
Paciente: - Revela que é criar um negócio, ter uma certa independência, trabalhar como autônoma. Terapeuta: - Que tipo de negócio?
Paciente: - Ela diz que é algo criativo, inovador. Mas fala que tenho condições de montar esse negócio. Terapeuta: - Em relação ao seu último namorado, pergunte por que você não consegue se desvincular dele?
Paciente: - Falou que já fomos casados, numa vida passada e, por isso, não estou acostumada a ficar longe dele. Diz que nessa vida passada, cultivamos bons sentimentos.
Pede para ter paciência com as diferenças que existe entre nós. Diz ainda, que os meus relacionamentos amorosos não deram certo porque preciso, na vida atual, viver sozinha, ou seja, aprender a viver sozinha, ser mais independente, o que não fui naquela existência passada. Por isso, sofri muito ao morrer sozinha e idosa. Terapeuta: - Pergunte por que você nunca gostou de seu padrasto?
Paciente: - Diz que ele já foi meu pai, numa existência passada, e era muito distante, ausente, mal falávamos. Por isso, hoje, a gente precisa se aproximar mais, termos um melhor relacionamento. A minha mentora espiritual fala também, que vou ser feliz no amor e na profissão, que tudo é merecimento.
Em relação ao meu último namorado, ela diz que devo continuar lutando, persistindo para reconquistá-lo, que vou conseguir.
Conclusão: Terapeuta: - Pergunte em relação ao nosso tratamento, se ela tem algo a nos dizer?
Paciente: - Ela está agradecendo ao senhor pela comunicação (nesta terapia, o meu papel como terapeuta é criar as condições necessárias para abrir o canal de comunicação entre o paciente e o seu mentor espiritual), pela possibilidade de ela ter conversado comigo e, com certeza, essa terapia me ajudou muito, e que vai me ajudar a ter mais fé.
Diz ainda, que foi ela que me intuiu a vir ao seu consultório; pede para eu cuidar de minha mãe, em especial, e de meus familiares. Fala que tenho sido uma pessoa muito boa, que está orgulhosa de mim... Agora, está se despedindo, indo embora.
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