No meio familiar, convivemos com pessoas bem próximas de nós, nos papéis de pais, irmãos, cônjuges, filhos, avós, etc., com os quais podemos ter muita, pouca ou nenhuma afinidade.
Há famílias, cujos membros são tão diferentes, e, por isso, existe pouca ou nenhuma relação, mas, são forçados a conviverem, a dividirem o mesmo teto.
Por conta disso, são comuns as trocas de insultos e as agressões verbais e/ou físicas, entre todos os envolvidos. Os materialistas, defendem a tese de que só a matéria é real, que não existe nada, além do que é concreto, palpável e visível - acreditam que família não se escolhe, ou seja, não podemos escolher os nossos pais, irmãos, tios(as), avós, etc.
Acreditam, também, que se você se dá bem com seus familiares e o ambiente em geral é harmonioso, você é uma pessoa de sorte.
Do contrário, se o ambiente familiar é carregado de conflitos, brigas constantes, pautadas, na maior parte do tempo em agressões e desentendimentos, você é uma pessoa sem sorte.
É, portanto, um pensamento reducionista, simplista e materialista.
Em verdade, não é por acaso que todos estão reunidos na mesma família.
A providência divina é sábia e justa, unindo a todos que, de algum modo, precisam resolver suas diferenças, por conta dos resgates cármicos, exatamente para que possam harmonizar relações, que, em vidas passadas, foram conflituosas e turbulentas.
O meio mais propício para aplainar isso é o convívio diário, a experiência familiar, todos vivendo abaixo do mesmo teto. A espiritualidade coloca, lado a lado, espíritos que precisam estreitar os laços e resolver suas diferenças. Antes de reencarnar, no astral, os membros de uma família concordam (muitos não concordam, vêm a contragosto) em virem juntos, determina-se a escolha dos pais, dos irmãos, e até mesmo dos filhos e cônjuges que estes espíritos terão no futuro.
É no convívio diário que os membros de uma família são convidados a perdoar, respeitar às diferenças e o tempo que o outro precisa para aprender e crescer.
A troca de experiência, entre todos os envolvidos, obriga-os a mudarem suas atitudes. Além de ensinar, os pais também aprendem com os filhos e a raiva de um, pode ser motivo para o outro testar a sua paciência.
Todos os conflitos, entre os familiares, têm origem em vidas passadas?
Nem sempre. Existem famílias, onde os membros estão convivendo pela primeira vez, nunca estiveram juntos em existências passadas.
Daí a estranheza, a falta de afinidade entre todos. Mesmo sem vínculos afetivos espirituais com os pais, os filhos precisam de seus cuidados e orientação.
Em verdade, a espiritualidade busca pais adequados que possam colaborar na educação desses seres espirituais. Mas, ambos, pais e filhos, com a convivência diária, terão a oportunidade de uma aprendizagem mútua.
Portanto, estreitar os laços e resolver suas diferenças é o desafio que faz parte da vida familiar. Caso Clínico: Apego excessivo à família. Mulher de 33 anos, solteira.
Veio ao meu consultório, por conta de seu medo de casar e ter filhos por ser muito apegada à sua família (morava com os pais, irmã, cunhado e sobrinhos).
Essa ideia a assustava muito, pois, implicava em mudar de casa e se desligar de sua família. Queria estar sempre por perto para protegê-los.
Tinha também uma ligação muito forte com seus sobrinhos – tratava-os como se fossem seus filhos.
Desta forma, não conseguia ter um relacionamento duradouro com um namorado. Conhecia um rapaz, interessava-se por ele, namorava, mas, qualquer deslize ou defeito que percebia nele, perdia o interesse e acabava rompendo com o namoro.
Achava que ia perder sua liberdade, caso se casasse, pois se precisasse sair para algum lugar, teria que dar satisfação para o cônjuge, e isso iria tirar a sua liberdade de ação.
Desde criança, não confiava nas pessoas, era reservada e bastante desconfiada. Era muito pessimista, negativista, pensamentos de fracasso costumavam atormentá-la.
Seu descontrole emocional, era também muito grande, desde criança; quando discutia com seus familiares, ficava abalada, nervosa, a ponto de deixá-la cega de raiva (expressão utilizada pela paciente). Ao regredir, ela me relatou: “Não consigo atravessar o portão” (na TRE - Terapia Regressiva Evolutiva – A Terapia do Mentor Espiritual – Abordagem psicológica e espiritual, criada por mim, peço sempre ao paciente, atravessar um portão, que é um recurso técnico que separa o passado do presente, o mundo terreno do mundo espiritual, e que funciona como um Portal da Espiritualidade).
- Por quê?
“Tem alguém me segurando... O portão está aberto, mas, tem um ser espiritual me segurando, por trás”. - Veja quem é
“Não consigo ver... Mas sinto (paciente intui) que é uma mulher (pausa). Tenho a impressão de que ela tem ódio de mim.
Agora, ela está apertando o meu pescoço, aqui no consultório (paciente havia me dito, na entrevista de avaliação, que sentiu, numa ocasião, um ser espiritual apertando o seu pescoço, quando estava no ônibus).
Vem em pensamento, repetidamente a palavra mãe... Acho que ela foi a minha mãe, numa vida passada. Ela tem um cabelo comprido, claro... e está confirmando que foi mesmo a minha mãe.
Diz que quer me matar, porque tirei sua vida na existência passada. Ela tem um rosto branco e está irada. (pausa).
A minha mãe desta vida passada quis avançar em mim, mas recuou (é importante esclarecer ao leitor, que a paciente não a reconhece como mãe de uma existência passada, por conta do véu do esquecimento que nos torna amnésicos na vida terrena, impedindo-nos de lembrar as nossas existências passadas).
Vi essa cena em flash” (em muitos casos, nesta terapia, as recordações reencarnatórias ou de presenças espirituais, aparecem em flashes – cenas rápidas, fugazes). Na 2ª sessão de regressão, ao pedir novamente à paciente atravessar o portão, ela me disse que a sua mãe da vida passada (ser desencarnada obsessora) estava do lado de fora do portão, olhando-a.
“Parece que ela está mais calma (pausa). Sinto, agora, a presença do meu mentor espiritual do meu lado direito, aqui no consultório, e ela está com a mão em meu pescoço, mas, desta vez, não está com raiva de mim (pausa).
Tenho a impressão que a matei com as mãos, esganando-a. Eu também era mulher, nessa vida passada. A minha mãe desta vida passada, a minha obsessora espiritual, me diz que eu não sabia controlar a minha raiva (pausa).
O meu mentor espiritual está colocando a sua mão em cima da mão dela, que aperta ainda o meu pescoço”. - Você gostaria de dizer algo à sua mãe dessa vida passada?
“Quero que ela me perdoe, sinto que gosto dela, embora não me recorde (paciente não a reconhece, mas, a sua alma, sim). Vejo o meu mentor espiritual, com uma túnica branca. Ele pede para fazer a oração do perdão para ela. Fala que ela está pronta para ser resgatada das trevas e ir para à luz, pois, está mais calma.
Sinto que ela quer tirar a mão do meu pescoço, mas, ainda não consegue. É como se ela tivesse presa a mim (quando há um resgate cármico, obsessor e obsediado ficam ligados por um cordão energético, um laço psíquico que os prende).
Ela fala que está cansada, que há muito tempo, em várias encarnações vem me acompanhando. Parece que ela está chorando... Fala que gosta de mim, mas que ficou cega de raiva por eu ter tirado a sua vida (pausa).
O meu mentor espiritual está, agora, com a mão dele na minha cabeça e na dela, orando (pausa). Ele sorri, é um rosto jovem, tem pele branca, cabelo liso e preto, aparenta uns 30 anos. Pede novamente, para não me esquecer de fazer a oração do perdão”.
No final desta sessão, orientei à paciente como fazer a oração do perdão (sempre quando há uma interferência espiritual obsessora, peço para os pacientes fazerem a oração do perdão). Na 3ª sessão de regressão, sua mãe do passado, atravessou, junto com a paciente o portão. A paciente me relatou: “Ela está feliz, bonita, usa um camisolão branco, diz que vai embora, que me perdoou. O meu mentor está do meu lado direito e ela ao lado dele.
Ele diz que estou ainda com a sensação de aperto no pescoço porque ela ficou muito tempo apertando o meu pescoço. Mas esclarece que com o tempo isso vai passar.
Pede para continuar fazendo a oração do perdão, e que o meu apego à minha família da vida atual é reflexo do passado, pois, destruí a minha família dessa vida passada, matando a minha mãe.
Fala que eu tinha também um irmão e uma irmã. Eu era a mais velha, e matando a minha mãe, desagreguei a família. Por isso, na vida atual, valorizo muito à minha família. Fala que preciso me desapegar deles, viver a minha vida. O meu mentor espiritual, revela, agora, que ele foi o meu irmão dessa vida passada. Afirma, que a nossa mãe dessa vida passada que estava atrapalhando o meu progresso, por isso eu não conseguia seguir a minha vida em paz.
Ela me influenciava com pensamentos de fracasso, que eu não iria conseguir nada. Não queria me ver casada, com filhos. Queria que eu morresse sozinha, vivesse na solidão.
Ela tinha muita raiva de mim, porque eu amo a minha mãe de hoje e não a amei, naquela vida passada.
Por isso, ela atrapalhava também o meu relacionamento com a minha mãe, fazendo ter raiva dela, quando ela me falava algo de que não gostava, ou, quando me contrariava. O meu mentor espiritual, fala que está muito feliz comigo porque na vida atual estou sabendo valorizar a minha família, o que não fiz na vida passada. Ele está falando, que agora vai levá-la embora, está com a mão na cabeça dela. (Pausa).
Ela adormeceu, têm outros seres de luz que vieram ajudá-la. Ele fala ainda, que vai estar sempre do meu lado para me orientar. Eles estão levando-a no colo, adormecida. O meu mentor espiritual ficou, diz que precisa me revelar mais coisas.
Ele afirma, que matei a minha mãe por causa de meu pai desta vida passada. Ela o traiu e ele se suicidou. O amante de minha mãe era o meu namorado.
Ele revela, também, que o meu pai dessa vida passada está perto de mim, na minha família de hoje (pausa).
Vem a imagem de meu sobrinho mais velho. Agora, entendo por que sou tão apegada a ele.
Ele diz ainda, que esse medo de me casar e constituir uma família, não era meu, era ela que me influenciava a ter medo, pois, queria que eu ficasse sozinha, falava o tempo todo no meu ouvido, colocando defeitos nos homens.
Fala que vou me casar em breve, que vou ter filhos. Fala também que a minha agressividade, eu trago de outras encarnações. Fala que sou um espírito rebelde, e que essa agressividade é o meu pior defeito. Revela, também, que um dos meus futuros filhos virá para me ajudar a me tornar uma pessoa mais tranquila, menos agressiva.
Ele sorri e diz que eu não queria nascer, encarnar na vida atual, por medo de cometer os mesmos erros do passado. Diz também que eu brigava bastante, era muito agressiva com a minha família do passado porque eles também eram muito briguentos, e que essa família é a mesma de hoje.
Essas brigas estão se repetindo na vida presente. O meu mentor sorri novamente e diz que a gente melhorou bastante, que apesar das brigas, o nosso amor é mais forte.
Por conta da traição de minha mãe, trago ainda na vida atual a desconfiança, pois acho que podem tirar de mim as pessoas que eu amo. Fala que o meu sobrinho mais velho precisa muito de mim, pede para rezar por ele, aconselhá-lo e ficar sempre do lado dele.
Afirma, que não é mais necessário continuar com a terapia, mas que preciso trazer o meu sobrinho a essa terapia, porque ele carrega ainda a tristeza dessa vida passada.
Ele está se despedindo, sorridente, muito feliz, pede para agradecer ao senhor, por abrir o canal de comunicação entre nós, e que só assim ele pode me orientar melhor.

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