Estabelecendo a Magia em um conceito de Autoajuda e Autoconhecimento
Ana Sousa
Na era da Sociedade da Informação, estamos imersos em um mundo digital onde a Internet se torna um espaço de descoberta e exploração. Nela, encontramos uma crescente presença de indivíduos que se identificam como bruxas, bruxos, pagãos, druidas e seguidores das práticas da Nova Era.
Oráculos e ferramentas místicas estão acessíveis com um clique, tornando o esoterismo mais presente e democrático. O número de bruxas, praticantes de magia e espiritualistas parece estar em alta, refletindo uma crescente aceitação e curiosidade por práticas ocultas que antes eram vistas com ceticismo.
Há alguns anos, quando alguém se identificava como bruxa, a reação costumava ser de incredulidade. Hoje, no entanto, essa figura está muito mais difundida e normalizada. Ferramentas antes raras, como baralhos de tarô, agora podem ser encontradas em qualquer lugar, com uma variedade imensa de designs e estilos.
E embora nem todos pratiquem magia diretamente, a influência da espiritualidade e do oculto pode ser percebida em várias formas cotidianas, como as afirmações positivas que se tornaram comuns, estampadas em cartões, calendários, camisetas e até mesmo em jogos de tabuleiro.
Isso aponta para uma maior consciência sobre o poder pessoal.
A ideia de que nossas palavras e pensamentos possuem um efeito profundo no mundo ao nosso redor vem ganhando força. Conceitos antes limitados ao campo espiritual ou filosófico, como a noção de que estamos todos conectados por campos energéticos ou “morfogenéticos”, agora são estudados pela ciência e aceitos por uma parcela significativa do público. Essa conexão universal é um dos princípios fundamentais da magia, onde a relação entre causa e efeito muitas vezes se inverte, desafiando as convenções da lógica linear.
Vale a pena destacar algumas definições importantes: a palavra "oculto" significa literalmente "escondido", aquilo que é misterioso, não revelado, secreto. No entanto, ao ser descoberto, o oculto deixa de ser um mistério, revelando-se àqueles que buscam conhecimento. Por outro lado, o termo "magia" é mais complexo de definir. Em sua acepção popular, muitas vezes é associado à "prestidigitação", ou truques de ilusão, como manipulação rápida de cartas ou o famoso ato de tirar coelhos de cartolas. Esses atos, embora impressionantes, são simulações de magia verdadeira – são artifícios que se parecem com magia, mas não envolvem a transformação real da natureza.
Magia, na sua essência mais profunda, pode ser definida como a arte da transformação – uma mudança que ocorre em conformidade com a vontade e a natureza. É a prática que busca alinhar a intenção com as forças naturais, para provocar alterações no mundo ao redor, seja no plano físico, mental ou espiritual.
Assim, o que antes era visto como obscuro e oculto, hoje está cada vez mais acessível e aceito, com uma nova geração se abrindo à espiritualidade e à magia em um contexto que mistura ciência, cultura e tecnologia.
Tecnicamente falando, quando algo oculto é revelado, ele deixa de estar escondido. Portanto, ao explicar e tornar acessível o conhecimento oculto, ele já não pode mais ser considerado "oculto" no sentido literal. No entanto, mesmo que essa palavra seja muitas vezes mal interpretada, eu aprecio seu significado e sua força simbólica. Costumo usar os termos "magia" e "ocultismo" lado a lado, e às vezes de forma intercambiável, assim como era feito nos tempos antigos.
Esses dois conceitos compartilham uma conexão histórica e cultural profunda. No passado, ambos estavam associados ao estudo de forças invisíveis e conhecimentos secretos, destinados apenas a poucos iniciados. A "magia" era vista como a prática dessas artes, enquanto o "oculto" referia-se ao corpo de saberes não revelados que fundamentavam essa prática. Hoje, mesmo com uma maior compreensão e acessibilidade a essas tradições, esses termos continuam a carregar uma mística que os torna poderosos no imaginário coletivo.
Metafísica, por definição, significa "além da física", referindo-se ao estudo da natureza da realidade que transcende o mundo material. Desde que tomei conhecimento desse termo, sempre considerei que ele soa mais aceitável intelectualmente do que "magia", ainda que ambos abranjam conceitos semelhantes. Uma das razões para essa distinção é que figuras como Houdini e outros ilusionistas ainda estão fortemente associados à palavra "magia", limitando sua compreensão popular ao campo do entretenimento e dos truques. Além disso, o fato de a palavra "física" estar contida em "metafísica" lhe dá uma conotação mais séria e científica, o que facilita sua aceitação em círculos acadêmicos.
Curiosamente, muitos aspectos que antes pertenciam ao domínio do "mágico" agora estão sendo explorados pela física moderna. Teorias como a mecânica quântica, a relatividade e os campos morfogenéticos – conceitos que sugerem conexões entre tudo no universo e desafios às noções clássicas de tempo, espaço e causalidade – estão se aproximando de noções que outrora seriam consideradas mágicas ou metafísicas. A ideia de que a observação pode alterar o comportamento de partículas subatômicas, por exemplo, ecoa a antiga crença de que a intenção e a vontade podem moldar a realidade.
Ainda assim, a magia, em sua essência, continua a ir além do que a física atual pode explicar. Enquanto a física moderna tenta decifrar as leis que governam o universo visível, a magia lida com o invisível – a transformação espiritual, mental e até energética que opera em níveis sutis e não mensuráveis pelas ferramentas científicas contemporâneas.
De qualquer maneira, uso o termo "metafísica" de forma intercambiável com "magia" e "ocultismo", pois todos se referem à exploração de mistérios que vão além do mundo físico e tangível. Embora suas abordagens e linguagens possam diferir, a metafísica, a magia e o ocultismo compartilham um objetivo comum: entender e interagir com as forças e realidades que se encontram além da percepção materialista tradicional.
Eu sou Ana Sousa. Terapeuta holística e Sacerdotisa.
Esse artigo é um dos temas abordados no meu Curso de Magia – nível 2.
Se você se identifica e gostaria de se aprofundar nos temas de Magia ou Cura Quântica, inscreva-se!
https://www.osvaldoshimoda.com/c%C3%B3pia-curso – Curso de Magia – Nível 1 e 2
https://www.osvaldoshimoda.com/c%C3%B3pia-curso-de-magia-n%C3%ADvel-i-e-ii – Curso de Estudos Avançados de Cura Espiritual e Quântica
Referências
ü A ascensão das práticas espirituais na era digital: Com a globalização da informação, o interesse por práticas espirituais, como a magia e o esoterismo, se expandiu rapidamente. Blogs, redes sociais e fóruns online se tornaram pontos de encontro para aqueles que buscam orientação ou conhecimento sobre essas práticas;
ü O crescimento do Paganismo Moderno: Movimentos como o Neopaganismo e a Wicca têm ganhado força desde o final do século 20. Esses movimentos valorizam a conexão com a natureza, a espiritualidade feminina, e a magia como forma de interação com o mundo natural;
ü Magia e psicologia: Muitos praticantes modernos de magia também destacam a importância do simbolismo e da psicologia na prática mágica. Carl Jung, por exemplo, influenciou muitos ocultistas ao propor a ideia dos arquétipos e do inconsciente coletivo, elementos fundamentais para o entendimento da magia como uma prática psíquica;
ü Ciência e esoterismo: As teorias dos campos morfogenéticos, propostas por cientistas como Rupert Sheldrake, aproximam a ciência moderna de conceitos que, tradicionalmente, eram reservados ao esoterismo. Essas teorias sugerem que existe um campo de memória coletiva que conecta todas as coisas vivas, ressoando com antigos conceitos mágicos de interconexão;
ü Origem do termo "metafísica": O termo "metafísica" vem de Aristóteles, que escreveu uma série de tratados sobre o que ele chamou de "primeira filosofia", abordando questões sobre o ser, o espaço e a causalidade. Esses tratados foram colocados "depois" dos seus textos sobre física, daí o termo "meta" (além) "física". Desde então, a metafísica passou a explorar questões que vão além da explicação científica;
ü A magia e a física moderna: Conceitos como o "entrelaçamento quântico" (onde partículas separadas por vastas distâncias parecem se comunicar instantaneamente) e o "princípio da incerteza" de Heisenberg são exemplos de ideias que se aproximam de princípios mágicos, desafiando noções clássicas de causa e efeito, e mostrando que a observação e a intenção têm impacto na realidade física;
ü Houdini e a distinção entre magia e truque: Harry Houdini, famoso ilusionista, ajudou a popularizar o termo "magia" como um sinônimo de truques e ilusões de palco. Essa associação persiste até hoje, ofuscando o entendimento mais profundo de magia como uma prática espiritual e transformadora;
ü Relação entre física e magia: Enquanto a física estuda o mundo material e mensurável, a magia explora dimensões não físicas e não lineares. Na prática mágica, o foco é na manipulação de energias sutis e na influência da consciência sobre a realidade, algo que as ciências ainda estão longe de entender plenamente.
コメント